A internacionalização de marcas de moda com recurso à consultoria

As lojas multimarca das marcas de moda portuguesas (@LuxWoman)
O que fazemos importa
As lojas multimarca das marcas de moda portuguesas (@LuxWoman)
O que fazemos importa

Elsa Dionísio no tradeshow Brand Assembly, em Los Angeles, a representar uma marca de moda portuguesa.

A internacionalização sempre fez parte do meu ADN. Mesmo sem lhe atribuir significado maior, na verdade, ao trabalhar/viver e estudar fora de Portugal, sempre estive envolvida em processos de internacionalização e, desde há muitos anos, na internacionalização de marcas de moda. Primeiro as que, através de canais de franchising e distribuição, geri no Médio Oriente, depois as marcas de variadas nacionalidades que ajudei e ajudo no processo de estabelecimento além-fronteiras. Cada marca com as suas características, com o seu orçamento, com o seu ADN, com os seus objetivos. Tal como existem mercados para todas as marcas, também existe a possibilidade de internacionalizar qualquer marca. 

Sendo necessários recursos financeiros, a prática permite-me referir que os recursos mais notórios são as soft skills, as competências que não se adquirem através de cursos de formação, de livros digitais ou de podcasts. Existe um conjunto de competências ao nível da gestão (inclusive da emocional) que é inata e refinada pela experiência. Ter a consciência das nossas capacidades, de como capitalizar nessas características e das nossas limitações são pontos de partida essenciais para termos sucesso no desempenho das funções a que nos propomos, seja qual for a área de atuação. 

Na feira B2B Coterie, em Nova York

Nessa estação (SS24) visitei também o tradeshow Coterie, em Nova York, assim como vários showrooms independentes na cidade. Neste período em NY foi possível perceber se o referido tradeshow será uma opção viável para as marcas que demonstram interesse em entrar no mercado dos Estados Unidos e quais os showrooms onde melhor se poderão enquadrar caso essa representação local e mais prolongada no tempo seja uma via de internacionalização. 

A consultoria para a internacionalização toma variadas vertentes sendo que “ganhar distribuição e/ou agenciamento” acabam por ser os canais B2B que se pretendem preferencialmente, mas que também requerem maior investimento continuado. A este contexto é essencial ligar, à partida, a sensibilidade para os mercados, para a marca, para o posicionamento do produto. Essas são dinâmicas mais próximas do consumidor final. 

Ao nível prático estes são exemplos de processos de internacionalização levados a cabo para marcas de moda nacionais, tanto ao nível B2B como B2C, como foram realizados no primeiro semestre deste ano e como “navegar” através de tais oportunidades. 

Em Maio de 2023, a participar na semana de moda em Bogotá

(…)

Importa dedicar tempo e recursos suficientes à internacionalização. Esta não acontece apenas quando se está fora de Portugal, num tradeshow, a assistir a desfiles ou quando se firma um contrato de representação com um showroom, com um agente ou distribuidor. Internacionalização é algo que acontece todos os dias, mediante os contactos estabelecidos, mediante os novos contactos que são importantes estabelecer, mediante a possibilidade de darmos a conhecer as marca, produtos e serviços associados. 

Em Paris, no tradeshow Who’s Next.

Consomem-se recursos no imediato cujos resultados só se apresentam a alguma distância. Importa perceber e fazer a distinção entre a componente qualitativa da consultoria e um segundo momento, mais quantitativo, de agenciamento. Este é um trabalho a tempo inteiro que terá mais expressão e possibilidade de ser bem-sucedido se percebermos efetivamente quais as características dos mercados, se visitarmos esses mercados, os potenciais clientes e parceiros. Implica saber movermo-nos com recurso à comunicação intercultural, com empatia, com tolerância perante as diferenças, com respeito e confiança. 

Esta é parte do artigo que tive oportunidade de escrever para a LuxWoman e que poderá ler na integra aqui.

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