
A força da marca na internacionalização dos negócios de moda

Regressar a casa é (também) regressar a nós

Boutique no café “Bonjour Paris”, em Paris @Monocle LinkedIn
A força da marca quando falamos em moda é um imperativo de posicionamento.
As marcas são constituídas e pensadas por pessoas e essas mesmas pessoas são seres sociais, dotados de uma capacidade e necessidade gregária, num continuo balanço entre a individualidade e a pertença grupal, quase ao jeito tribal.
Tal como o ser humano é dotado de um nome, de um cartão de cidadão, uma história, uma marca de moda, para se distinguir, deverá ter consistentemente na sua gênese e comunicar vários aspetos essenciais, como sejam a imagem, um logo memorável, cores identitárias, mostrar e entregar produtos ou serviços baseados em valores ajustados à imagem, tom de voz característico, deverá diferenciar-se, posicionando-se de acordo com os tais valores enformadores da sua identidade, sedimentada esta última numa narrativa conceptual concisa e ao mesmo tempo surpreendentemente cativante.
Tendo por base os desafios da atualidade, contemporâneos de cada momento, as marcas vão navegando entre períodos mais e menos auspiciosos, sempre ao sabor do conceito sociológico do zeitgeist. Se atualidades como a inteligência artificial e a realidade aumentada são parte do quotidiano, impactando a forma como os serviços nos chegam, destacar-se-á a marca que conseguir passar a expressar-se através de novos códigos e cânones mantendo o foco na valorização do know-how e nas experiências físicas.
“Navegar” fronteiras criando pontes entre o estilo, o design e a gestão de negócios é um contínuo para empreendedores (sejam os mais criativos e manuais, sejam os mais tech-savy). Entre viagens ou estabelecida ao jeito de “nómada digital”, cada marca é uma start-up em modo beta permanente. No caminho da internacionalização a marca deverá continuar a posicionar-se enquanto retransmissora de estilos de vida e destinos, ao jeito de um “guia de viagens”.

Café boutique “Bonjour Paris”, da Monocle, em Paris, @Monocle LinkedIn
No caminho da internacionalização a Monocle fundada em Zurique, pelas mãos de um canadiano, mudado a sede para Paris, contando com cafés-boutiques em Toronto, Tóquio, Hong Kong e o recém-inaugurado em Paris, para além de pop-ups em destinos turísticos na Suíça, Itália, etc.
No universo do retalho de moda e segundo o insider francês “Fashion Network” na boutique da capital francesa estão em display para algumas linhas de merchandising próprio (streatwear) para além de uma seleção de insígnias depuradas internacionais como sejam Beams, Kappy Design, Valstart, Merz B Schwanen, Macon, Lesquoy, Arpin, Bic, fábrica de linho de Lyon Charvet, Causse, estacionário Papier Tigre, Savon de Marseille, mobiliário Tolix.
Esta é parte do artigo que tive oportunidade de escrever para a LuxWoman e que poderá ler na integra aqui.