Regressar a casa é (também) regressar a nós

Vejo ali MARCA, retalho de MODA, e até um pouco de (guia de viagens) Portugal…
Vejo ali MARCA, retalho de MODA, e até um pouco de (guia de viagens) Portugal…
Elsa Dionísio no hotel Atlantis, Dubai

Elsa Dionísio no hotel Atlantis, no Dubai.

Onde o Dubai e o skincare “made in Azores” se cruzaram

As vivências, a experiência profissional e um certo grau de sensibilidade para com os detalhes fazem-me acreditar que a intuição é a maior bússola que cada ser humano possui. 

Regressar a casa é também regressar a nós pois as sincronicidades fazem com que estejamos no sítio onde devemos estar.

Lugares comuns à parte, fevereiro foi para mim sinónimo de Dubai e da sua semana de moda e de voltar a tocar no tema internacionalização de marcas de moda para Hong Kong. 

Elsa Dionísio durante a semana de moda, Dubai

Foi necessário regressar a estas “casas” (Médio Oriente e formadora de Mercados Asiáticos de Moda) para encontrar ali (no estrangeiro), a ignae, uma marca de skincareportuguesa, made in Açores, que me tem acompanhado, no plano físico, a uma retrospetiva interna acerca do que já caracterizou parte do meu percurso na indústria da moda. 

Durante anos, acreditei que ter sucesso significava dizer “sim” a mais projectos, mais horas, mais pressão. A sociedade competitiva laboral convenceu-me que o cansaço era apenas “parte do jogo”. Ser mulher e expatriada (no Médio Oriente) era desafiante, mas foi, sem dúvida, uma conquista profissional. 

Aprovar coleções e artigos lifestyle e beauty, fazer orçamentos de compras, viagens internacionais constantes, liderar equipes, a responsabilidade pela performance de marcas de moda, foram e são parte das atividades que mais gosto tenho em fazer ao nível profissional.

Durante tal período (que decorreu durante uma década e meia) e algures nesses processos não raras vezes acontece utilizarmos o excesso de trabalho como um troféu, dizendo a nós próprias que “assim é que é”! E, inevitavelmente, não raras vezes forçamo-nos além do limite, comprometemos o tempo de qualidade em família, desconectamo-nos da nossa energia e do nosso corpo. 

Depois dessa década e meia na indústria enquanto expatriada, percebi que dominava o trabalho, que tinha um portfolio muito especializado. Mas, eu acusava cansaço e a ideia de regressar a casa sempre me acompanhou. 

Eu sabia que estava viciada no trabalho e acreditava que a minha determinação em ser profissional era mais forte do que qualquer cansaço e sim… o sucesso pode ser aditivo. Na altura pensar em abrandar era quase sinal de fraqueza. Eu achava que aguentava ainda mais um pouco, pelo menos até regressar para Portugal, esse sentimento que sendo dual, era quase inexplicável. 

E se durante anos achei que confiança era nunca duvidar de mim própria, agora vejo a realidade sob outra perspetiva – confiança não é ausência de medo. É agir apesar do medo.

Não se tratou de sair da indústria de moda. Tratou-se tão somente de realinhar direções -encontrar uma versão de sucesso profissional que também me fizesse sentido mas que, sobretudo, me reconectasse ao meu propósito. 

Decidi regressar a Portugal e colocar ao serviço dos outros o que aprendi e vivi em primeira mão ali no Médio Oriente, tornando-me para além de consultora, também formadora em gestão de marcas e gestão de negócios internacionais. 

Ainda trabalho muito e com muito gosto. Mas, não sinto necessidade de sacrificar o meu bem-estar por isso.

Assim, foi a trabalho no Dubai, enquanto assistia à semana de moda, que ao fazer uma pausa para recarregar energias, sincronicidades aconteceram… estando no hotel Atlantis, na Palm, estabeleci o primeiro contacto enquanto cliente com a marca de skincare ignae

Artigos de skincare da marca ignae, naturalmente desenvolvidos nos Açores.

Acresce que para além do Dubai, e de entras outros geografias, a ignae também marca presença no spa do hotel Four Seasons em Hong Kong, matéria ilustrativa acerca de marcas portuguesas que se internacionalizam ancoradas num posicionamento distinto, para o curso que ministro, para o Modatex, acerca de Mercados Asiáticos de Moda

Esta é parte do artigo que tive oportunidade de escrever para a LuxWoman e que poderá ler na integra aqui.

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